O termo “concentração” designa o
ato de concentrar-se ou um lugar onde se reúnem os atletas em preparação para a
prática esportiva profissional. Na origem do termo está o verbo “concentrar”,
assim definido pelo Dicionário Aurélio: “Aplicar, empregar, dirigir (o
pensamento, a atenção, o sentimento, etc.) de modo intenso ou exclusivo”.
Bispo Diocesano de São José do
Rio Preto/SP
Enquanto uns não estão nem aí com
a vida e outros se encontram submersos na satisfação das necessidades primárias
e imediatas, nós, sensíveis aos desafios atuais, de natureza espiritual,
social, econômica, política e cultural, corremos o risco de um cansaço
estruturante: enfado, tédio, fastio, um desgosto profundo.
No descortinar do horizonte do
fim de ano, agravado pelos efeitos nocivos da pandemia e da campanha eleitoral,
para não entrarmos numa exaustão de consequências imprevisíveis, precisamos
entrar em concentração, buscar o centro referencial da vida, discernir o foco
que sinalize o caminho a ser construído.
“Eu sou o caminho, a verdade e a
vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14,6). Diante de tantas encruzilhas
e incertezas, a recordação da paternidade de Deus é uma esperança viável. Deus
não é um pai qualquer, como um humano. Somos suas criaturas e diante de nós Ele
se encanta embevecidamente, ainda quando nos perdemos nas veredas da vida.
Viver como filho de Deus só nos é
possível através de Nosso Senhor Jesus Cristo, filhos no Filho: Ele é o
caminho, a verdade e a vida. No mistério da cruz, ao nos revelar a verdade de Deus
como Pai, faz-nos participantes da vida paterna e se torna o único e
insubstituível caminho para vivermos n’Ele. Paternidade e filiação são relações
existenciais, se realizam na fé.
A leitura orante e diária da
Sagrada Escritura, a missa dominical, o sacramento da confissão, tempos bons e
justos de oração silenciosa, o exercício da caridade, a experiência comunitária
da fé, na família e na paróquia, e um terno amor a Nossa Senhora são preciosos
e indispensáveis auxílios que nos ajudam na concentração e ressignificação da
nossa vida católica.
Ao menos para nós, se não para os
outros, o tempo pandêmico tem sido lento a passar. Concentrar-se na pessoa de
Nosso Senhor Jesus Cristo é a nossa salvação diante de tantas narrativas, inseguranças
humanas e “desgraças” sociais. Mesmo envoltos pelo temor, é preciso vencer o
medo, deixando-se iluminar pelo Divino Salvador: “Eu sou a luz do mundo. Quem
me segue não caminha nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8, 12).
+ Tomé Ferreira da Silva
Bispo Diocesano de São José do Rio Preto, SP
Muito bom Dom Tomé!
ResponderExcluirSua benção.
Nathan.