Diante de Pilatos, que perguntou aos Judeus: “Mas eu vou crucificar o rei de vocês?”; os chefes dos sacerdotes responderam: “Nós não temos outro rei, senão César”(Jo 19, 14-16).
Vivemos um tempo de muitos “césares”, de muitos reis, presentes na política, na economia, na justiça, nas organizações sociais e nas religiões. Há uma diluição do “reinado”, que é dividido, coexistente e compartilhado, disputando a aquiescência das pessoas. Diante dos massivos apelos dos múltiplos reinados, as pessoas permanecem um pouco livres ou condicionadas para aceitarem ou não a subserviência que lhes é solicitada direta, indireta ou sub-repticiamente. A aceitação ou não de um ou vários reinados parece ser determinada pela conveniência de cada pessoa ou grupo social ou pela capacidade de convencimento e persuasão de cada reinado.
Diante de Nosso Senhor Jesus Cristo, glorificado pela Cruz e Ressurreição, parece que repetimos o grito dos chefes dos sacerdotes: “Nós não temos outro rei, senão César”. Estamos contentes ou de tal modo ocupados com os reinados humanos e históricos, que não nos interessa ou não nos importa o Reino do Céu e a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, que necessariamente não são objetivamente negados, mas ignorados, menosprezados ou não levados em consideração na organização cotidiana da vida e da sociedade.
O Rei, Nosso Senhor Jesus Cristo, e o Reino do Céu, estão sendo esquecidos também na práxis litúrgica dos batizados, que se distanciam dos sacramentos e não reconhecem e não vivem, como poderiam e deveriam, a peculiaridade dos tempos santificados. Em um número significativo de pessoas, imersas nos reinados históricos, há uma diluição da compreensão e da vivência dos tempos fortes da quaresma e do advento, com consequente relativização da Páscoa e do Natal na vida cristã, transformadas por segmentos da sociedade em ocasião de consumo e comemorações paganizadas com pouco ou nenhum vestígio do seu sentido e significado originário.
A solicitude das mídias em falar da Páscoa Judaica e das festas do Islamismo, ou de comemorações de outras religiões, não se repete na veiculação das festas cristãs; estas, algumas vezes, são mostradas de modo estereotipado e reducionista, apresentadas como fato cultural ou folclórico, um erro fatal e duro golpe, que contribui para uma reducionista ou pseudo compreensão dos mistérios centrais da fé cristã. Assim, a ignorância religiosa, total ou parcial, campeia por amplos espaços sociais.
A ação missionária e evangelizadora dos cristãos não está conseguindo reverter esta situação de modo satisfatório, o que contribui para a diluição dos valores humanos e cristãos, com graves prejuízos para a sociedade, como o crescimento da violência, a intensificação das desigualdades sociais, o comprometimento da vida do planeta, a relativização da vida humana, a corrupção, o domínio da mentira e do individualismo pessoal, cultural e social.
Os dias da Semana Santa, sobretudo o Tríduo Pascal, da tarde de quinta-feira santa ao Domingo de Páscoa, são “dias sagrados” para os cristãos católicos e não podem ser transformados por nós em “fim de semana prolongado” regado à peixe, chocolate e bebidas de todo tipo. O jejum e a abstinência na sexta feira santa, o silêncio e a circunspecção do sábado santo, são atitudes pedagógicas da fé que nos auxiliam na comunhão com o Mistério de Cristo glorificado pela Cruz e Ressurreição e na solidariedade com os sofredores.
Para nós católicos, aproximar-se do sacramento da confissão e a participação na liturgia de Domingo de Ramos, o Domingo da Paixão do Senhor, na Missa da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, na Ação Litúrgica, às quinze horas da Sexta-feira Santa, na Vigília Pascal, na noite do sábado santo, e na Missa do Domingo de Páscoa, é uma necessidade vital para o dinamismo da vida de fé e não pode ser negligenciada de forma alguma em qualquer lugar em que nos encontrarmos, embora o ideal seria participarmos na paróquia que habitualmente frequentamos.
Como são “celebrações complexas”, que exigem e envolvem muitos elementos e pessoas, os fiéis devem estar prontos em cooperar de boa vontade e com alegria para o seu desenvolvimento, renunciando, se necessário, a outras atividades ou postergando-as para outras horas não coincidentes com a celebração do Mistério da Fé. São celebrações que precisam de empenho anterior na preparação dos textos, dos cantos, dos símbolos, do espaço e utensílios, levando em conta as orientações da Igreja, e que não podem e não devem ser improvisadas.
Tudo o que fizermos, façamos com amor e por amor a Nosso Senhor Jesus Cristo, a nossa Páscoa. A você uma santa e alegre Páscoa e abençoado e frutífero tempo pascal!
+ Tomé Ferreira da Silva
Bispo Diocesano de São José do Rio Preto.
Vivemos um tempo de muitos “césares”, de muitos reis, presentes na política, na economia, na justiça, nas organizações sociais e nas religiões. Há uma diluição do “reinado”, que é dividido, coexistente e compartilhado, disputando a aquiescência das pessoas. Diante dos massivos apelos dos múltiplos reinados, as pessoas permanecem um pouco livres ou condicionadas para aceitarem ou não a subserviência que lhes é solicitada direta, indireta ou sub-repticiamente. A aceitação ou não de um ou vários reinados parece ser determinada pela conveniência de cada pessoa ou grupo social ou pela capacidade de convencimento e persuasão de cada reinado.
Diante de Nosso Senhor Jesus Cristo, glorificado pela Cruz e Ressurreição, parece que repetimos o grito dos chefes dos sacerdotes: “Nós não temos outro rei, senão César”. Estamos contentes ou de tal modo ocupados com os reinados humanos e históricos, que não nos interessa ou não nos importa o Reino do Céu e a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, que necessariamente não são objetivamente negados, mas ignorados, menosprezados ou não levados em consideração na organização cotidiana da vida e da sociedade.
O Rei, Nosso Senhor Jesus Cristo, e o Reino do Céu, estão sendo esquecidos também na práxis litúrgica dos batizados, que se distanciam dos sacramentos e não reconhecem e não vivem, como poderiam e deveriam, a peculiaridade dos tempos santificados. Em um número significativo de pessoas, imersas nos reinados históricos, há uma diluição da compreensão e da vivência dos tempos fortes da quaresma e do advento, com consequente relativização da Páscoa e do Natal na vida cristã, transformadas por segmentos da sociedade em ocasião de consumo e comemorações paganizadas com pouco ou nenhum vestígio do seu sentido e significado originário.
A solicitude das mídias em falar da Páscoa Judaica e das festas do Islamismo, ou de comemorações de outras religiões, não se repete na veiculação das festas cristãs; estas, algumas vezes, são mostradas de modo estereotipado e reducionista, apresentadas como fato cultural ou folclórico, um erro fatal e duro golpe, que contribui para uma reducionista ou pseudo compreensão dos mistérios centrais da fé cristã. Assim, a ignorância religiosa, total ou parcial, campeia por amplos espaços sociais.
A ação missionária e evangelizadora dos cristãos não está conseguindo reverter esta situação de modo satisfatório, o que contribui para a diluição dos valores humanos e cristãos, com graves prejuízos para a sociedade, como o crescimento da violência, a intensificação das desigualdades sociais, o comprometimento da vida do planeta, a relativização da vida humana, a corrupção, o domínio da mentira e do individualismo pessoal, cultural e social.
Os dias da Semana Santa, sobretudo o Tríduo Pascal, da tarde de quinta-feira santa ao Domingo de Páscoa, são “dias sagrados” para os cristãos católicos e não podem ser transformados por nós em “fim de semana prolongado” regado à peixe, chocolate e bebidas de todo tipo. O jejum e a abstinência na sexta feira santa, o silêncio e a circunspecção do sábado santo, são atitudes pedagógicas da fé que nos auxiliam na comunhão com o Mistério de Cristo glorificado pela Cruz e Ressurreição e na solidariedade com os sofredores.
Para nós católicos, aproximar-se do sacramento da confissão e a participação na liturgia de Domingo de Ramos, o Domingo da Paixão do Senhor, na Missa da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, na Ação Litúrgica, às quinze horas da Sexta-feira Santa, na Vigília Pascal, na noite do sábado santo, e na Missa do Domingo de Páscoa, é uma necessidade vital para o dinamismo da vida de fé e não pode ser negligenciada de forma alguma em qualquer lugar em que nos encontrarmos, embora o ideal seria participarmos na paróquia que habitualmente frequentamos.
Como são “celebrações complexas”, que exigem e envolvem muitos elementos e pessoas, os fiéis devem estar prontos em cooperar de boa vontade e com alegria para o seu desenvolvimento, renunciando, se necessário, a outras atividades ou postergando-as para outras horas não coincidentes com a celebração do Mistério da Fé. São celebrações que precisam de empenho anterior na preparação dos textos, dos cantos, dos símbolos, do espaço e utensílios, levando em conta as orientações da Igreja, e que não podem e não devem ser improvisadas.
Tudo o que fizermos, façamos com amor e por amor a Nosso Senhor Jesus Cristo, a nossa Páscoa. A você uma santa e alegre Páscoa e abençoado e frutífero tempo pascal!
+ Tomé Ferreira da Silva
Bispo Diocesano de São José do Rio Preto.
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