A perseguição aos cristãos, muitas vezes levados à morte violenta, não é um fato novo, faz parte da história do cristianismo, desde as suas origens, já preconizado por Nosso Senhor Jesus Cristo nos evangelhos. Os Apóstolos e os primeiros cristãos experimentaram o ódio humano à fé no Divino Salvador.
Nos dias atuais, falta liberdade religiosa aos cristãos em muitos países do Oriente Médio, da África e da Ásia. Embora sem visibilidade nos grandes meios de comunicação, diariamente cristãos são obrigados a ocultar a sua fé, são perseguidos e levados à morte violenta. Há um silêncio, ou quase silêncio, das mídias, dos governos e de organismos internacionais sobre a intolerância com os cristãos.
Após a queda de Saddam Hussein, os cristãos no Iraque, mais de um milhão de fiéis, ficaram ainda mais desprotegidos, centenas foram mortos e milhares seguiram para o exílio. Neste mês de julho, os cristãos de Mossul, no Iraque, cidade controlada pelo ISIL, Estado Islâmico no Iraque e no Levante, foram colocados diante de algumas alternativas: deixar o Iraque, converter ao islamismo, pagar um imposto especial ou morrer pela espada.
Muitos dos cristãos que fugiram de Mossul encontraram refúgio na cidade de Qaraqosh, localidade com muitos curdos e cristãos. Qual o futuro dos cristãos que permanecem no Iraque? Quem falará por eles ao mundo? Quem os defenderá? Como garantir a liberdade religiosa em todos os lugares e para todas as pessoas?
O governo brasileiro, um País majoritariamente cristão, poderia e deveria intervir ante os governos da Europa e da América do Norte, bem como nos organismos internacionais, como a ONU, chamando a atenção para o martírio dos cristãos, em tão grande número e em tantos lugares do mundo, algo inconcebível nos tempos modernos, que deveriam ser tempos de tolerância e de paz, onde cada um pudesse viver e manifestar livre e publicamente a sua fé.
Sugiro a leitura do breve texto de Gilles Lapouge, no Jornal O Estado de São Paulo, página A11, do dia 24 de julho do ano em curso.
Rezemos com e pelos cristãos perseguidos. Que as autoridades brasileiras olhem com atenção para o que está acontecendo com nossos irmãos de fé em outras paragens do mundo e contribuam diplomática e eficazmente para garantir-lhes a liberdade religiosa. Que os grandes meios de comunicação pousem suas lentes sobre a violência praticada contra os cristãos e suscitem uma ação humanitária que os defenda da crueldade e da servidão.
+ Tomé Ferreira da Silva
Bispo Diocesano de Sâo José do Rio Preto/SP