O 49º Dia Mundial pelas Vocações é
celebrado no IV Domingo da Páscoa, 29 de abril de 2012, e tem como tema: “As
vocações, dom do amor de Deus”. Ele nos impele a prosseguir no empenhativo trabalho de suscitar na Igreja uma cultura
vocacional.
A expressão “cultura” possui muitos
significados, é uma palavra polissêmica. Antes de tudo, ela designa toda
atividade propriamente humana, ou seja, a cultura é produto humano. Por outro
lado, é palavra usada para identificar a atividade do campo, agrária, o cultivo
dos produtos necessários para a sobrevivência humana.
Retomamos estes dois sentidos do termo
“cultura” para mostrar a necessidade premente de suscitar uma cultura vocacional
na Igreja, de modo especial na Arquidiocese de São Paulo.
A nossa Igreja Católica Apostólica Romana é
uma Igreja Ministerial, naturalmente também de ministros ordenados. Estes não
são um adendo à Igreja, mas fazem parte da sua natureza
e estrutura. Ela é o que é e faz o que faz, também com seus ministros ordenados,
isto é, com os bispos, sacerdotes e diáconos.

Compassivo e solícito na
percepção do povo que o
procura, Jesus Cristo o vê como um rebanho disperso e desorientado. Por isso,
solicita categoricamente: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos.
Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para a sua colheita”
(Lc 10, 2).
O sacerdócio ministerial só tem sentido na
moldura da Igreja que o sustenta. Na Igreja, o sacerdócio ministerial é dom e resposta. Dom de Deus, do seu amor ao seu povo. “É
Ele que realiza o primeiro passo, e não o faz por uma particular bondade que
teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor
derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (cf
Rm 5,5). Na origem do chamamento divino está a
iniciativa do amor infinito de Deus, que se manifesta em Jesus Cristo.”(Papa Bento XVI)
O sacerdócio ministerial é também resposta
do vocacionado, sustentado pelo Espírito Santo, à
Igreja, que o chama ao Sacramento da Ordem, para servir o Povo de Deus na
identificação e seguimento a Jesus Cristo casto, pobre e obediente. Não é o
jovem que deseja ser padre, num primeiro momento, mas é Deus que o chama, na
Igreja, para o sacerdócio. A consciência deste dinamismo é um sinal da
autenticidade da vocação e do discernimento vocacional..
Tenho vinte e cinco anos de ordenação
sacerdotal. Sou um padre feliz! É bom ser padre! O padre é um homem feliz!
Felicidade enraizada na vida de fé, na alegria do conhecimento, do amor e do
seguimento a Jesus Cristo, único e eterno Sacerdote.
É preciso interpelar diretamente as
crianças, adolescentes e jovens para responderem afirmativamente ao chamado à
vocação sacerdotal. Uma provocação pode ser o primeiro passo de um processo de
discernimento vocacional: você não escuta o chamado de Deus para ser padre?
Devemos olhar para eles e perguntar-nos: quais deles são desejados e chamados
por Deus para o sacerdócio? Podemos não ter os vocacionados e padres que queremos, mas não podemos nos dar
ao luxo de desprezar as vocações e sacerdotes que são enviados por
Deus.
Cada fiel católico deve ser um promotor
vocacional
na família, na escola, nos lugares de encontro da juventude, nas
paróquias, comunidades, movimentos, novas comunidades e associações religiosas.
A vinculação de um vocacionado à estrutura eclesial é
natural, mas não descarta-se a possibilidade do chamado
de Deus a jovens batizados, mas não ainda plenamente integrados às instituições
da Igreja nas suas mais diversas expressões.
A Arquidiocese de São Paulo precisa de
padres, de bons padres, fiéis e santos. Ela precisa de você e de seu trabalho
para a criação de uma cultura vocacional. Seja agente da Pastoral Vocacional
onde você se encontra.
+ Tomé Ferreira da Silva.
Bispo Auxiliar de São Paulo.
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